sexta-feira, 22 de maio de 2015

Sobre raça


“Desde sempre” pessoas foram escravizadas sem a necessidade de uma explicação política, era-se sempre aprendido que cada um nascia destinado a um “lugar” na sociedade, e essa ideia atual de igualdade entre os homens não existia.
Porém em meados do séc. XVIII com o advento do iluminismo por um esforço concentrado de estudiosos, filósofos, cientistas etc. Acreditando que através da valorização da razão, iluminariam a escuridão representada até então pela ignorância, pela superstição, pelo preconceito, pelas intolerâncias políticas e religiosas, etc. Os quais impediam o aperfeiçoamento das instituições políticas e das possibilidades do espírito humano, surge então à ideia de igualdade entre os seres humanos, eriçando dentre outras coisas a luta contra a escravidão.
Até então a escravidão não precisava da segregação de “raças” para justificar-se. Nesta mesma época de transição entre os séculos XVIII e XIX quando se inicia a expansão imperialista europeia, ao mesmo tempo, está se consolidando no mundo a ideia de raça, é quando países como Inglaterra, Bélgica, Alemanha, etc. Buscam colonizar a Ásia e África. Porém neste mesmo momento histórico também há o surgimento da imprensa (de maneira mais comercial e acessível) que passa a exercer grande poder de “formar opiniões” no senso comum.
O imperialismo de forma geral precisava do estabelecimento do “mito” da raça, pois as expedições colonizadoras, não poderiam partir para dominação, sem o apoio da opinião pública europeia. Ora, se com o iluminismo introjetou-se o conceito de igualdade entre os seres humanos, como poderia justificar-se o domínio dos europeus sobre outros “povos”?
Simples! Todos os seres humanos eram iguais, porém não tão iguais. Existiam as raças! Neste “pensamento” favorável ao governo europeu, junto aos colonizadores foram levados, estudiosos, biólogos, antropólogos etc. Que ao chegar para o domínio, identificavam e classificavam tais raças. Mesmo que os indivíduos dominados não se identificassem como uma etnia, ou tribo, etc. Passavam a “agir” de tal forma, pois ao classifica-los, os europeus passaram a administra-los, distribuindo direitos e deveres junto ao processo de “civilização”, obrigando-os a encaixar-se e agir conforme a etnia que lhe foi designada, sendo agora conduzidos e limitados aos direitos cedidos pelos colonizadores europeus a essa ou aquela etnia. A partir deste momento a ideia de raça passa a ser difundida, determinando o lugar social de cada um. Se antes a escravidão era o determinante desse papel, passa agora o racismo a ser este fator de segregação.


"A medida que a escravidão desaparece no tempo, o racismo se fortalece nas consciências.                                                              ( Alexis de Tocqueville - A Democracia na América, 1835) 
 

                                                                                            Postado por: Arianne M. Bairros

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