“Desde sempre” pessoas foram escravizadas sem a necessidade de uma explicação política, era-se sempre aprendido que cada um nascia destinado a um “lugar” na sociedade, e essa ideia atual de igualdade entre os homens não existia.
Porém em meados do séc. XVIII com o advento do iluminismo
por um esforço concentrado de estudiosos, filósofos, cientistas etc. Acreditando
que através da valorização da razão, iluminariam a escuridão representada até
então pela ignorância, pela superstição, pelo preconceito, pelas intolerâncias
políticas e religiosas, etc. Os quais impediam o aperfeiçoamento das instituições
políticas e das possibilidades do espírito humano, surge então à ideia de
igualdade entre os seres humanos, eriçando dentre outras coisas a luta contra a
escravidão.
Até então a escravidão não precisava da segregação de “raças”
para justificar-se. Nesta mesma época de transição entre os séculos XVIII e XIX
quando se inicia a expansão imperialista europeia, ao mesmo tempo, está se consolidando
no mundo a ideia de raça, é quando países como Inglaterra, Bélgica, Alemanha,
etc. Buscam colonizar a Ásia e África. Porém neste mesmo momento histórico
também há o surgimento da imprensa (de maneira mais comercial e acessível) que
passa a exercer grande poder de “formar opiniões” no senso comum.
O imperialismo de forma geral precisava do estabelecimento
do “mito” da raça, pois as expedições colonizadoras, não poderiam partir para
dominação, sem o apoio da opinião pública europeia. Ora, se com o iluminismo
introjetou-se o conceito de igualdade entre os seres humanos, como poderia
justificar-se o domínio dos europeus sobre outros “povos”?
Simples! Todos os seres humanos eram iguais, porém não tão
iguais. Existiam as raças! Neste “pensamento” favorável ao governo europeu, junto
aos colonizadores foram levados, estudiosos, biólogos, antropólogos etc. Que ao
chegar para o domínio, identificavam e classificavam tais raças. Mesmo que os
indivíduos dominados não se identificassem como uma etnia, ou tribo, etc. Passavam
a “agir” de tal forma, pois ao classifica-los, os europeus passaram a
administra-los, distribuindo direitos e deveres junto ao processo de “civilização”,
obrigando-os a encaixar-se e agir conforme a etnia que lhe foi designada, sendo
agora conduzidos e limitados aos direitos cedidos pelos colonizadores europeus
a essa ou aquela etnia. A partir deste momento a ideia de raça passa a ser
difundida, determinando o lugar social de cada um. Se antes a escravidão era o
determinante desse papel, passa agora o racismo a ser este fator de segregação.
Postado por: Arianne M. Bairros
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