"Psicologia das raças" no Brasil: uma intersecção histórica.
A construção do Conceito de Raça e a Psicologia
(...O advento das grandes navegações do século XVI e o encontro entre as civilizações até então estranhas uma à outra possibilitou ao homem ocidental as primeiras percepções da diversidade humana. São famosos os relatos dos viajantes que aportavam no novo mundo deslumbrados com aquelas estranhas formas de viver. O encontro levara o homem ocidental a novas concepções de vida, de mundo e sobre qual seria sua posição diante de tamanha diversidade. Em poucas palavras, conhecendo o outro, a razão ocidental transformou a si mesma.)
É difícil encontrar um filósofo do século XIX que não tenha examinado a questão racial, mesmo que superficialmente. Fichte, por exemplo, no seu Discurso à Nação Alemã, procurava restituir a autoconfiança do povo alemão derrotado por Napoleão na batalha da Prússia, buscando justificar o fracasso de tal sorte que não colocasse em risco a credibilidade na pureza racial do seu povo (Mosca, 1975). Hegel, na sua Filosofia da História, publicada em 1837, conferia ao povo alemão a nobre missão de guiar a humanidade para o desenvolvimento civilizatório ideal, tal a superioridade do povo de sua nação.
Com relação ao Brasil,
poderíamos
chamar a atenção para a obra,
do conde Joseph Arthur Gobineau,
também embaixador
da França,
no país no final do século passado.
Seu escrito mais conhecido é o Ensaio Sobre a Desigualdade Das
Raças Humanas, clássico da literatura racista mundial, publicada em quatro
volumes entre 1853 e 1855. Nessa obra, o autor procura demonstrar que todos os
acontecimentos vividos pela humanidade são produtos das lutas entre raças
superiores e inferiores e dos cruzamentos ocorridos entre elas (Raeders, 1996).
Além disso, classificava os grupos étnicos de acordo com as suas condições
materiais e posição na pirâmide social: o poder da nobreza seria uma consequência
direta de suas raízes arianas; a burguesia descenderia dos mestiços, mas ainda
assim seria portadora de qualidades das raças fortes; e finalmente o escravo,
descendente dos grupos semíticos e negros.
Dica de Livro:
Referencia: Artigo Cientifico sobre Psicologia das raças de
Estudante. psicol. (Natal) May/Aug. 2005 Scielo.
Por: Lauren Siqueira
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